COLETIVO MUNDO ÁCRATA
quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014
sábado, 7 de dezembro de 2013
Anarquistas no Sindicato – Um Debate entre Neno Vasco e João Crispim
Durante a IV Feira Anarquista de São
paulo, a Biblioteca Terra Livre e o Núcleo de Estudos Libertários Carlo
Aldegheri lançaram o livro Anarquistas no Sindicato – Um Debate entre Neno
Vasco e João Crispim.Um membro do Coletivo Mundo Ácrata, Thiago Lemos, escreveu
o prefácio da referida obra.
Abaixo segue uma apresentação do livro,
escrita pelos coletivos que lançaram o livro. Para adquirí-lo, basta entrar em
contato com a Biblioteca Terra Livre e o Núcleo de Estudos Carlo Aldegheri, ou
então com a distribuidora Mundo Ácrata através de nosso e-mail.
Título: Anarquistas no Sindicato – Um
debate entre Neno Vasco e João Crispim
Autor: Neno Vasco e João Crispim
Editora: Biblioteca Terra Livre/Núcleo
de Estudos Libertários Carlo Aldegheri
Idioma: português
Ano: 2013
Páginas: 110
“Preservar, resgatar e compartilhar a
memória e história do movimento anarquista e de seus vários militantes é um dos
pontos fundamentais para a existência e conservação das bibliotecas e arquivos,
mantidos pelos libertários no decorrer dos tempos. Os grupos de estudos ácratas
vasculham esses acervos, atentam seus olhos e suas mãos aos títulos das estantes.
Folheiam livros e jornais e conectam-se ao passado trazendo ao presente nomes e
fatos esquecidos, apagados ou distorcidos pela história oficial.
Prática de ação direta, reconhecer os
documentos libertários como referenciais de uma época, escritos e distribuídos
por seus próprios autores; livres das amarras metodológicas e pragmáticas do
controle academicista; esses acervos se compõem das marcas de um passado de
lutas. Nestes documentos, registraram-se as vozes dos inúmeros lutadores
sociais, anarquistas e operários, homens e mulheres livres, que buscaram
emancipar-se por si mesmos. Nestes espaços de preservação da memória
anarquista, e no desenvolver dos grupos de estudos neles inseridos, o passado e
o presente se encontram, surgindo, assim, a compreensão ou dedução da atuação
militante de outros tempos.
Este livro é resultado dos encontros e
conversas entre o grupo de estudo Movimento Operário Autônomo da Biblioteca
Terra Livre e do Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri, buscando
compreender as diferentes formas de atuação dos anarquistas dentro dos
sindicatos no Brasil no inicio do século XX. Para tanto, foi realizada um
pesquisa nas paginas do jornal A Voz do Trabalhador, periódico da Confederação
Operária Brasileira, onde pudemos encontrar no ano de 1913 o franco debate
entre os ácratas Neno Vasco e João Crispim acerca das táticas e práticas de
organização dos sindicatos pelo viés anarquista.
Tal debate, que se prolonga até 1º de
novembro de 1914, com uma exaltada conversação, discorre sobre a melhor forma
de organização do operariado. Várias conquistas tanto no campo econômico,
quanto reivindicações e combates no campo social, foram fruto dessa organização
– como aumentos salariais, redução da jornada de trabalho, limitação do
trabalho infantil, as posições contrárias à carestia de vida, à guerra mundial,
o aumento dos aluguéis – a proposta da greve de inquilinos – e o combate à
falsificação dos gêneros alimentícios. Nesse processo ocorreram não apenas
diversas conquistas como também dolorosas derrotas, causadas (dentre outros
motivos) pela reação estatal, marcada por prisões, deportações, perseguições e,
inclusive, mortes.
Do debate entre Crispim e Vasco podemos
tirar muitas lições, sendo uma delas a compreensão das diversas formas de
atuação dos anarquistas nas sociedades de resistência. O debate em questão nos
faz perceber como a atuação anarquista nesses espaços foi plural e decisiva,
por isso que ao estudarmos o movimento operário e seus agentes históricos não
devemos negligenciar a atuação de militantes anarquistas nesses espaços de
resistência ao capitalismo, seio do conflito entre capital e trabalho. Essas
pesquisas nos revelam a importância da luta de classes para os anarquistas,
assim como suas atuações em outras esferas da vida.
No que concerne especificamente ao
movimento operário, alguns militantes anarquistas reivindicavam o sindicalismo
revolucionário como forma estratégica de ação junto aos trabalhadores, fossem
eles anarquistas ou não, impulsionando as lutas por melhores condições de
trabalho e de vida, ficando clara e patente sua influência nos diversos
movimentos grevistas e, é claro, na Greve Geral de 1917.
Todavia essa não era a única forma de
atuação dos anarquistas no sindicato. Os militantes anarquistas possuíam tanta
influência nos meios operários que no 2º Congresso Operário Brasileiro em 1913
foi proposto a incorporação do projeto político Anarquista de maneira
programática.
Apesar dessa proposta ter sido
rejeitada, em detrimento do uso do sindicalismo revolucionário como estratégia
de ação, ela se torna sintomática ao nos revelar como o anarquismo era
amplamente debatido nos meios sindicais. Tal proposta tinha como horizonte de
experiência a atuação da Federação Operária Regional Argentina, a FORA.
Nessa organização o Comunismo Anarquista
foi incorporado de maneira programática aos estatutos e sua história é repleta
de movimentações num sentido radical. Por esse motivo podemos dizer que a ação
dos militantes dessa organização era legitimamente anarco-sindicalista. Assim como
a FORA, a Federação Operária Local de Santos aderiu programaticamente ao
Anarquismo e é justamente por conta disso que podemos dizer que o
anarco-sindicalismo foi de fato uma experiência histórica da classe operária no
Brasil e não apenas um mero erro interpretativo historiográfico.
Apesar da clara discordância da forma de
atuação no sindicato entre Neno Vasco e João Crispim, ambos eram anarquistas
sinceros, e sinceros também eram os desejos de ambos na transformação radical
da sociedade num sentido onde privilegiasse os princípios de igualdade
econômica, autonomia política e solidariedade entre todos os povos. Revolver do
passado esse debate é retomar uma questão que se faz fundamental no momento
presente, atualidade marcada por mobilizações de rua e crescimento dos
movimentos populares e sociais, nos levando pensar, refletir e analisar
estratégias de como atuar e solidarizar com todas essas lutas. Apesar da
maioria desses movimentos construírem um discurso político onde se
autoproclamam “antiautoritários”, “horizontais” e “autonomistas”, todos eles se
inscrevem dentro de um movimento muito mais amplo, dentro de um processo do
próprio fazer-se do movimento anarquista. Podemos dizer que assim como os
anarquistas de outrora fizeram uso do sindicalismo revolucionário como
estratégia de ação, os anarquistas de hoje fazem uso do autonomismo, por
exemplo, para melhor dialogarem com a sociedade como um todo, colocando em
debate e em prática os princípios de ajuda mútua, federalismo (ou em linguagem
mais atual “organização em rede”), autogestão, ação direta e autonomia. O
movimento anarquista segue tencionando, ontem e hoje, em constante diálogo com
a sociedade em geral, não se fechando em castelos acadêmicos e muito menos em
fortalezas partidárias.
***
Temos ciência de que toda vez que
revisitamos o passado o indagamos com preocupações que possuímos no presente,
por isso sabemos que ao “resgatarmos” a história do movimento operário e,
consequentemente, a história do movimento anarquista no Brasil, não resgatamos
apenas a memória de um movimento e de militantes isolados que lutaram por
melhores condições de existência. O que militantes anarquistas da Biblioteca
Terra Livre e do Núcleo de Estudos Libertários Carlo Aldegheri desejam realizar
com essa pesquisa é entrever e vislumbrar o mundo que homens e mulheres do
movimento operário e anarquistas carregavam em seus corações e que construíam,
coletivamente, nas experiências concretas de suas vidas cotidianas,
atualizando-os sob novas circunstâncias e experiências do mundo contemporâneo.
Tal atualização, promovida pelas palavras de nossos antigos companheiros e
companheiras, nos fazem ver para além do que está posto, para além da cegueira
promovida pela própria luz do contemporâneo. Acreditamos que ao socializarmos a
leitura desses documentos, consigamos evocar os sonhos de companheiras e
companheiros que combateram em tempos idos, dando-lhes a oportunidade de falar
de suas tristezas, alegrias e experiências de luta que respondem aos erros e
esquecimentos do presente.”
Núcleo de Estudos Libertários Carlo
Aldegheri e
Biblioteca Terra Livre
Julho de 2013
quinta-feira, 22 de agosto de 2013
V Simpósio Temático: “Educação, Cultura e Filosofia – aproximações”
Local: Anfiteatro da
Biblioteca - Bloco B
Horário: 19 às 23 horas
Realização: Cursos de
História e Pedagogia do UNIPAM
Parceria: Curso de Letras
O
Simpósio Temático – “Educação, Cultura e Filosofia:
aproximações”, desde 2009, inaugurou uma série de debates no interior dos
Cursos de História e Pedagogia do UNIPAM, contemplando a contribuição de
importantes pensadores e suas reflexões acerca da educação, cultura e
filosofia. A partir desta edição, o Curso de Letras também estará participando
conosco. Na mesma orientação dos anteriores, nesta quarta edição do evento,
pretendemos irrigar o debate, abordando personalidades do pensamento ocidental,
na área de Ciências Humanas. O Simpósio é aberto a todas as pessoas
interessadas no campo de estudo das Humanidades.
PÚBLICO ALVO
Estudantes dos
cursos de História, Pedagogia, Letras, Jornalismo, Psicologia e Direito.
Professores da
área de Ciências Humanas.
PROGRAMAÇÃO
Quinta-feira
– dia 05 de setembro
|
19 horas: Abertura – Prof.
Me. Marcos Antônio Caixeta Rassi
|
19 h 15 min: Autora: Helena Antipoff– Conferencista Profa. Me.
Fernanda Corrêa
|
21 h 15 min – Autor: Oscar
Niemeyer – Conferencista Esp. Alex Castro Borges
|
Sexta-feira
– dia 06 de setembro
|
19 horas: Autora: Lídia
Weber – Conferencista: Fernanda Melo
|
20 h 15min: Autor: Cornelius Castoriadis –
Conferencista Prof. Me. Thiago Lemos da Silva
|
21 h 15 min – Autor: Primo
Levi – Conferencista Prof. Me. Carlos Roberto da Silva
|
Inscrições
Período: 26.08 a 05.09 - (Vagas Limitadas)
Período: 26.08 a 05.09 - (Vagas Limitadas)
Local:
Site www.unieventos.unipam.edu.br
Pagamento da taxa de R$ 2,00: + um caderno brochurão (Laboratório de Pedagogia – 1º piso – Bloco M)
Pagamento da taxa de R$ 2,00: + um caderno brochurão (Laboratório de Pedagogia – 1º piso – Bloco M)
sexta-feira, 16 de agosto de 2013
quinta-feira, 15 de agosto de 2013
Escritos sobre a Imprensa Operária da Primeira República - João Gabriel Mateus da Fonseca
“Ação
direta ensina a viver sem tutela”: o aspecto pedagógico da luta política na
imprensa anarquista e operária brasileira
Repudiamos [...] a ação eleitoral
e parlamentar, que só serve para reforçar o Estado [...] e adormecer as energias
populares. O nosso método é ação direta que [...] tende a despertar a iniciativa e
a coragem, leva a agir por conta própria, a unir-se, a viver sem tutela [...]
preconizamos (como meios de ação direta) a greve, a boicotagem, a sabotagem, a
agitação de praça, o comício, a greve geral, e por fim a insurreição e a
expropriação a que os oprimidos e explorados devem recorrer, se a isso levados
pela necessidade e pela consciência da sua própria força.
Ao enunciar sua
definição dos militantes engajados com o jornal A Plebe, Neno Vasco introduziu
uma imagem capaz de traduzir o aspecto essencialmente pedagógico do qual estava
profundamente impregnada a luta política levada a cabo pela imprensa anarquista
e operária, durante o contexto que abarca o período da Primeira República no
Brasil.Inscrevendo a ação direta no cerne da política,
Neno Vasco e seus companheiros de viagem apostavam na possibilidade de o
proletariado aprender, por si mesmo, a lutar em prol dos interesses da sua
classe social, construir a consciência dos antagonismos entre capital-trabalho,
superar a função do Estado e, por conseguinte, revolucionar a sociedade
capitalista, fato que tornaria exequível sua reconstrução ulterior em direção
ao socialismo.
Perscrutar esse aspecto
sublinhado por Neno Vasco constitui o objetivo maior do trabalho de João
Gabriel da Fonseca. Resultado de pesquisa e redação de monografia defendida
junto ao Curso de História do Instituto Federal de Goiás, o livro deste jovem
pesquisador lança um novo olhar sobre os aspectos “formais” e “informais” do
projeto político-pedagógico do jornal A Plebe, durante A Semana
Trágica de 1917 na cidade de São
Paulo, momento particularmente rico do
“sonhar libertário”, para evocar aqui a feliz expressão de Cristina Hebling
Campos.
Breve, porém, intensa
em termos de agitação social, A Semana Trágica assume na narrativa
tramada pelo autor mais que meros sete dias de existência. Privilegiando os
múltiplos fatores que a tornaram possível, João Gabriel da Fonseca coloca em
evidência a luta contra a carestia de vida, a diminuição da jornada diária para
08 horas, a regulamentação do trabalho infantil e feminino, as ressonâncias da
Revolução Russa, o assassinato do operário José Martinez, os saques ao Moinho
Santista, o emergir das Ligas Operárias de Bairro e o papel do Comitê de Defesa
Proletária.
No entanto, ela não se
reduz a isso. Distanciando-se das interpretações esquemáticas e simplistas, o
historiador recusa-se a ver n’A Semana Trágica um ato puramente
espontaneista dos trabalhadores por um lado, ou como a ação diretiva de uma
vanguarda política por outro. Pelo contrário, ela revelaria o processo de
enraizamento e duração da estratégia de ação direta, forma pela qual o
anarquismo exerceu sua hegemonia no interior do movimento operário brasileiro,
que se encontrava presente nas lutas contra o patronato desde a aurora do
século XX.
Das atividades nos
sindicatos até as intervenções nas escolas racionalistas, passando pela crítica
ao militarismo e a luta anticlerical, João Gabriel da Fonseca nos mostra o
papel não desprezível que A Plebe, surgida no entremeio d’ A Semana
Trágica, desempenhou enquanto centro de aglutinação e irradiação de
um projeto político-pedagógico que conferiu à ação direta a difícil tarefa de
ensinar os trabalhadores a viverem sem tutela.
Na sua luta pela
autonomia, esse projeto não se restringiu as formas tradicionais de educação
política, que visavam persuadir os trabalhadores racionalmente por meio da
propaganda doutrinária. Ao lado dessa forma de educação política, vemos surgir
nas páginas d’ A Plebe , uma outra, que integra, mas, ao mesmo tempo
,transcende a sua dimensão puramente racional; fato que não se furta à análise
extremamente cuidadosa de João Gabriel da Fonseca.
Em conjunto com os panfletos, ensaios,
informes e demais gêneros literários cuja fisionomia se aparenta, o autor
também se detêm nos gêneros literários que não podem ser tomados apenas como
formas de propaganda dirigida, tais como as caricaturas, poesias e crônicas.
Com objetivos semelhantes, porém com funções diferentes, esses gêneros
literários tinham como finalidade mais sensibilizar do que persuadir os
trabalhadores na sua luta contra o capital, mostrando que a autonomia é uma
conquista que passa tanto pelo intelecto quanto pelo coração.
Se analisada a partir
dessa perspectiva, o aspecto pedagógico da luta política enfatizado por Edgard
Leuenroth, Florentino de Carvalho, Adelino Pinho e os demais articulistas d’ A
Plebe ganha outro sentido, muito mais profundo e abrangente. Tal como é
entendido pelo autor, a luta política é, em si mesma, tomada como um processo
pedagógico. Não se tratou, obviamente, de um projeto que visava criar uma
escola aonde o militante “iluminado” viria, em um passe de mágica, fazer com
que os trabalhadores aprendessem o socialismo, mas, antes fazer com que as
organizações que lutavam pelo socialismo tivessem um caráter pedagógico.
O constante esforço dos
anarquistas para retirar os trabalhadores da apatia e incitá-los à ação, o qual
eles responderam de modo positivo e efetivo, talvez nos ajude a entender a
reação violenta dos poderes instituídos na semana de 09 a 16 de julho do ano de
1917. Afinal de contas, nada mais perigoso a uma República cujo cimento da
dominação estava assentado na dependência clientelista do que um movimento
operário que agia de modo totalmente autônomo. Em virtude disso, o governo de
São Paulo agiu de forma tão repressiva em relação aos movimentos grevistas que
eclodiram na cidade no referido ano, procurando a todo custo erradicar os
indesejáveis anarquistas, como se estes fossem plantas exóticas de impossível
aclimatação em um solo tido como ordeiro
e pacífico, imagem esta que foi constantemente reatualizada e ritualizada pelas
elites nacionais da época, quando tratou-se de deslegitimar toda a resistência por parte do jovem proletariado brasileiro contra o nascente
capitalismo industrial.
Quase um século nos separa dos personagens dessa história que nos é
contada pelo autor, o que pode gerar certo estranhamento no leitor que se
dispuser a enfrentar o presente livro. Em uma época em que se anuncia “ o fim
das utopias”, “ o desencantamento do mundo”, “ a ascensão da insignificância”,
“ a amargura da história”, entre outros lugares para designar o mundo dito “pós-moderno”, em que toda e
qualquer forma de tentativa de mudar a sociedade constitui uma quimera
irrealizável, o projeto político-pedagógico levado a cabo pelos anarquistas
antes, durante e depois d’ A Semana Trágica parece algo arcaico e
obsoleto.
Entretanto fica aqui o convite, em forma de desafio, para o leitor
refletir se o livro é ou não contemporâneo ao século XXI, século que parece
desconhecer a sábia lição extraída de Rosa Luxemburgo, também libertária, em
face das reiteradas e frequentes derrotas do movimento socialista no século XX,
bem como sua dimensão eminentemente pedagógica: “ Não estamos derrotados. Ao
contrário, venceremos, se não tivermos desaprendido a aprender”.
Thiago Lemos Silva
Aqueles que tiverem interesse em adquirir o livro, podem entrar em contato com o autor pelo e-mail:joaogabriel_fonseca@hotmai
domingo, 14 de julho de 2013
COLÓQUIO INTERNACIONAL CIÊNCIA E ANARQUISMO 11 a 14 de NOVEMBRO de 2013 – FFLCH, USP
Ao longo dos últimos anos a Biblioteca Terra Livre
tem concentrado esforços com o intuito de difundir as ideias
anarquistas nos mais variados espaços. Nosso trabalho de difusão busca
propagar as ideias libertarias tanto através de meios materiais (livros,
livretos, filmes, etc.) como por meio da organização de atividades
públicas (cineclubes, debates, seminários, feiras e colóquios). Nos
últimos dois anos tivemos a experiência de realizar o Colóquio Internacional Élisée Reclus e a Geografia do Novo Mundo, em 2011, em conjunto com o Laboratório de Geografia Política da Universidade de São Paulo, bem como de realizar em 2012 o Colóquio Internacional Educação Libertária: 100 anos da Escola Moderna de São Paulo.
Este segundo colóquio não contou com nenhum apoio ou participação
institucional, sendo organizado pelos membros da Biblioteca e através do
apoio de alguns companheiros e companheiras.
Outro fato importante na organização
deste segundo Colóquio foi a participação de diversos indivíduos e
grupos que através de um esforço coletivo se cotizaram para estar
presente e compartilhar experiências de suas práticas. Ao longo do
evento contamos com a participação de membros da Fédération Anarchiste –
FA (França), Grupo de Estudios José Domingo Goméz Rojas (Chile),
Federación Libertaria Argentina – FLA (Argentina), Ateneu Heber Nieto
(Uruguai), bem como de pessoas e grupos de diversas partes do Brasil.
A experiência proveniente deste encontro
nos estimulou a tentar ir mais longe. Para este ano organizaremos, no
mês no novembro, o Colóquio Internacional Ciência e Anarquismo, com o intuito de tencionar sobre a produção do conhecimento científico a partir de uma perspectiva anarquista.
A estrutura do evento está sendo pensada na forma de mesas temáticas por área de conhecimento. Nossa intenção é possibilitar a um grande público uma reflexão que tem estado ausente nos espaços “tradicionais” de produção do conhecimento. O intuito do Colóquio é mostrar que o anarquismo, além de sua perspectiva teórica de análise e produção do conhecimento, também é uma prática de organização, onde através da auto organização os grupos e indivíduos se apoiam mutuamente a fim de garantir uma ação comum.
A estrutura do evento está sendo pensada na forma de mesas temáticas por área de conhecimento. Nossa intenção é possibilitar a um grande público uma reflexão que tem estado ausente nos espaços “tradicionais” de produção do conhecimento. O intuito do Colóquio é mostrar que o anarquismo, além de sua perspectiva teórica de análise e produção do conhecimento, também é uma prática de organização, onde através da auto organização os grupos e indivíduos se apoiam mutuamente a fim de garantir uma ação comum.
Nós entendemos que os esforços e os
trabalhos para garantir o financiamento para a vinda de companheiras e
companheiros para São Paulo é algo muito oneroso e demanda muito
esforço, mas entendemos que as possibilidades que podem ser criadas
fazem valer os esforços.
A fim de tentar possibilitar um apoio econômico e ampliar os espaços de diálogo e ação, organizaremos na véspera do Colóquio a IV Feira Anarquista de São Paulo.
Esperamos que com a realização da Feira Anarquista em conjunto com o
Colóquio possamos permitir uma ampla possibilidade de trocas e contatos
durante o período, bem como a possibilidade de cada um dos grupos e
indivíduos buscarem um apoio econômico com a venda de alguns materiais
durante a Feira e o Colóquio.
São Paulo, 10 de maio de 2013,
Biblioteca Terra Livre
https://cienciaeanarquismo.milharal.org
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